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terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Obsentindo

Tem dias que você quer contar a vida. Do começo ao fim.
E isso me toma em melancolia.
O mundo não quer ouvir. O cansaço não quer permitir.
E isso me deixa pensativa como quem pega um problema matemático para resolver.
Eu quero falar da vida, da sua cor e ver a cor de cada um a cada qual.
E não me importa se eu tenho que esperar por isso e, por enquanto, desejar.
Tem horas que observo fotos. Não para saber dos últimos acontecimentos.
Mas para enxergar o sorriso ou a tristeza no corpo de cada ser. E isso me encanta.
Sentir-se atraída por tristeza e alegria, por desespero e calmaria. Isso definitivamente me seduz!
Poder ver uma cor cinza de cara exposta em uma foto e ver cor laranja ensolarada na posterior.
Tem minutos que olho para semblantes desconhecidos e brinco de descobrir sua vida, suas escolhas e esperanças. E, por algumas vezes, derramo-me em choro interno por procurar a esperança nessas fisionomias e não encontrá-la. E é uma dor tão grande. Não tanto quanto as delas, eu sei. Porém é como uma sinapse em pedaço dos seus sentimentos. E se eu pudesse fazer sinapses dos meus almejos a elas...

Calçando sonhos

Sinto vertigens do que ainda não vivi.
E ao mesmo tempo que são boas,
são confusas e inseguras.
Sinto um aperto quase que sem fim.
E ao mesmo tempo que entrelaça alma e peito,
desata em calma e palavras.
Sinto o mundo na palma de minhas mãos.
E ao mesmo tempo que o agarro com força,
solto na esperança das coisas chegarem ao destino exato.

Na verdade, não sei se sinto ou omito.
Eu só sei que calço as sapatilhas na ponta da alma.
E se isso é sonhar... sinto que vivo de sonhos e por sonhos!
E isso me consola, porque isso é viver.

sábado, 3 de dezembro de 2011

Se é tempo de chuva, eu me banho de sonhos...

... Recordo-me de todos maus feitos e deixo que o banho se misture com a água que cai do céu. E essa mistura me queima a pele, arde a alma e "desinqueta" coração. Toca na ferida e na negação.
Se é tempo de chuva, eu pego aquele velho vinil e deixo a antiga bossa nova rolar. Prendo-me em cada palavra, som, música. E não há quem me segure! Descarrego desalentos... desastrosos desaventos!
Mas quando a música acaba, quando a chuva cessa e o tempo pára... tudo retorna! Puxa pra cá o livro de cabeceira. Um gole de café, por favor! Um cigarro pra tragar a alma fétida, o pulmão limpo, a mente sã e o coração banido.

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Despedida

E nesse seu varal...
Pendure sorrisos, pendure novas fotos
Caretas, velhos retratos!
Pendure seu inglês,
mas não se esqueça de nosso português.

E nesse seu varal...
Pendure seu fardo, sua dor
Seu brio, seu tom, seu dom!
Pendure sua futura vida,
mas não se esqueça de nossa vida.

E nesse seu varal...
Pendure seu azar, pendure seu "barramansês"
Roupas, malas e vá de uma vez!
Pendure sua tristeza,
mas não se esqueça de nossa beleza.

E nesse seu varal...
Penduramos nossa história, poesia
Nossos corações e uma disritmia!
mas não nos esqueçamos de nossa alma.

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Ser eu

Ontem, eu vi uma senhora sentada na porta de um banco pedindo dinheiro a todos que dali saiam; e isso me doeu de uma tal forma por ver a realidade como ela é.
Hoje, eu vi um senhor varrer a rua como quem varre a tristeza do peito e isso me limpou a alma.
São dois opostos, porém são duas vidas. São duas visões, porém são dois sonhos. São duas histórias que me fizeram resgatar a tristeza e angústia diária, mas que também me revigorou para curá-las. E eu voltei... retornei a pessoa a qual sempre quis ser. A qual estava na lembrança e da qual batia uma saudade de arranhar o coração constantemente.
Eu me religuei aos velhos amigos, aos velhos momentos e antigos finais de semana. EU ME RELIGUEI! Eu fiz renascer cada ponto que eu já não esperava voltar. Mas voltaram com tanta alegria e que falta eles me faziam. EU RENASCI!
Ontem, eu pisei onde eu sempre quis estar. E olhar todos aqueles olhares, sentir todas aquelas energias e sensações só me fez ter mais certeza disso.
Hoje, eu percebi que tudo se encaixa e as coisas que nos são oferecidas tem o seu porquê. São coisas que só você pode suportá-las e conduzí-las. Porém quando se está ao lado das pessoas certas, isso se torna um fácil aprendizado.

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Doces frutos estragados

É hora de continuar a jornada, de juntar as peças! É tempo de olhar para trás e pegar as recompensas! Dispense as dores, aflição, crie amores (na chuva, vento, sol, na noite, dia, sempre, na vida...) e os reconheça a todo momento.
Não é necessário guardar as partes estragadas, descarte-as. Por vezes, elas foram importantes. Mas por agora, passaram do prazo de validade. Salve os sorrisos, sinta os braços, deleite-se em colo - mesmo que por mera lembrança - pois nunca se apagam marcas na alma, porém, acumulam-se com as que estão por vir. Aguarde-as!
Permita-se por todo instante! Assim como você quer ver tantos bem quereres bem, também se tenha o direito de si querer melhor a cada dia. Rejuvenesça-se!

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Em oração

Queria ser digna de tantos pedidos,
mas mesmo assim, com uma chama de fé, irei rogar.
São tantos corpos, tantos queridos...
muita mágica pra pouca crença.
Pois bem, há muito amor!
E olha, Senhor...
é um excelente motivo
para curar minha dor!
E, se vistes de tão perto aqueles olhos...
sentiria um nó pelas artérias cada vez mais se apertar.
Veria cada lágrima sendo segurada,
que se tornaria desespero por não poder ajudar.
Se sentisse a mão trêmula,
o corpo gelado...
Criaria religião, força, fé e soldado.
Reconstruiria até o mundo.
Mas eu... eu não!
Fiquei ali estática, um ser mudo.
Não sabia o que fazer,
que horas agir e ser!
Ser alguém pra confortar um outro alguém.
Porém, sou um alguém que sentia os mesmos nós do outro.
Então, eu me fingi de forte e, por sorte,
ficamos abraçados. Eu e o outro.
Amém!

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Um bom iniciado "dia bom"

Nada como um dia bem começado.
Acaba-se o jogo e se seu time termina empatado...
Vejamos pelo lado positivo,
pelo menos não perdeu.
É um bom motivo!

Mesmo irritada por tal "meia-derrota",
liga-se seu filme predileto.
Ele te faz um bem de cara feliz exposta.
Ele te abranda pelo início de madrugada.
É um bom calmante! (ela sente)

E, na metade do filme se lembra que acordará cedo
Mas não se importa e permanece a francesar.
De repente, um barulho faz tudo pausar.
Puxa-se a cortina levemente, deixando-se apenas uma fresta
É som de chuva, é cheiro de molhada terra e é festa!

Escancara-se mais a cortina, que antes, era tímida.
Abra-se a janela desavergonhada.
Respira, respira!
É chuva média... nem calma, muito menos exagerada!
Avista-se uma lagartixa acordada pregada no teto da varanda.

Ela não está sozinha!
Bem-vinda bicho de quatro patas e olhos estatalados.
Bem-vinda água que lava dias anteriores pela madrugada.
Parece que esta não quer ser incomodada e nem quer incomodar.
E ela, muito ousada, foi sondá-la!

Corre-se novamente para frente do computador,
derruba-se livros da cama!
Filme ainda pausado, grande curador.
É preciso relatar, antes de terminar Poulain...
Que seu dia começou bem!
E, dando um "play":
" Os tempos são difíceis para os sonhadores"

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Dia de ressaca

Certo dia, eu te joguei ao mar
e, foi como uma promessa feita,
como promessa à Iemanjá.
Eu te entreguei para tentar me libertar.

Foram dias, ciclos e meses.
E, como criança emburrada,
recusei-me, por diversas vezes,
dar-lhe por "situação acabada".

Caçava-te pelas areias da praia,
como quem procura conchas dedo a dedo.
E, quando pensava que as encontraria,
percebia que apenas tinha sonhado.

Só que por um ato desatento,
Esqueci-me das ondas,
dos seus batimentos, rebatimentos e, portanto,
caí-me no seu retorno santo.

E, quando você se vai...
parece que tudo se curou,
mas resta tanta falta.
Então, espero -certa- sua volta.

Daqui a um tempo,
você se esvairá.
E, eu continuarei sendo,
a que te buscará....




... à beira do mar!

sábado, 17 de setembro de 2011

Confesso...

... que subo escadas e alcanço quase que o céu para ver estrelas do telhado.
... que discuto comigo mesma ao me deitar e me vejo no teto, vendo-me.
... que fecho os olhos e os aperto tanto, a fim de, ver meu futuro no meio de tantos pensamentos.
... que sinto boas saudades doídas de tão boas que são.
... que adoro braços, porém não os reparo e sinto cada um em abraços.
... que me divirto analisando quantas vezes você já bateu o pé no chão e mordeu os lábios, ou então, coçou a cabeça e bateu lápis/caneta na mesa/caderno. Isso é quase um samba!
... que despedidas demoradas são como sonho bom, pois uma hora tem que acabar.Mas sempre ficam. Ficam!
... que não há expressão melhor que um bom palavrão para demonstrar sua felicidade ou indignação.
... que presumo tanto, sonho quanto e ambos ficam na mente ou não saem do papel. Às vezes, nem percorrem veias e nem chegam ao coração. Triste alma, que só fica com a marca de tudo.
... que corro muito. Uma disputa incessante com o tempo, que ao parar estranho-me e me cobro.
... que gosto de ser anunciada da chegada da chuva pelo cheiro de terra molhada que limpa meu corpo.
... que minhas vísceras dão diversos nós se não vejo meu bem querer bem.
... que sou apaixonada por sorrisos em olhares e olhares em sorrisos.
... que perco horas olhando formigas unidas e suas rodadas com um alimento maior do que suportam. E assim, seguem...
... que não há vinte minutos mais queridos quando o destino final é recompensado com laços, beijos, música, braços, bolos, amor e abraços. Caso contrário, seria estranho.

Confesso...
... que confessei!

terça-feira, 23 de agosto de 2011

1/3 para um terço

Uma vontade imensa de querer arrancar de forma rápida e pronta a dor dos que jamais me trazem dor.
Uma vontade imensa de gritar para Deus na esperança que Ele me ouça, mesmo eu não O ouvindo como teria que ser.
Uma vontade intensa de te ter pra sempre. Constantemente aos nossos lados.
Uma vontade intensa de dizer que isso é um pesadelo e logo irá passar.

Então...

Perdoe a minha necessidade de querer a vida pra mim. De querer o mundo a minha maneira.
Perdoe o meu pessimismo e a minha boca falsa ao dizer: "Tudo está bem", quando na verdade, era para ser: "Só estará bem quando tiver a certeza que estarás comigo bem"
Perdoe-me por não pedir a Deus todas às noites o seu bem querer e a tantos outros, sabendo que nem pra mim eu peço e deveria.
Perdoe-me por ser tão desprovida de crença o suficiente para lhe apoiar.
Perdoe-me ser quem sou, quando poderia ser tão bem mais eu (quem sabe outra).

E, por tudo isso...

Obrigada por nunca me abandonar.
Por colocar tanta fé em mim, pois às vezes, remete-me a sensação de que a minha fé em mim mesma está em ti, além da que você já possui.
Obrigada por lembrar de mim. Lembrar de como sou, quando às vezes eu me perco.
Muito obrigada por todo esse amor me oferecido. Por me fazer conhecer o amor que não cabe no peito. O amor de matar e morrer, de largar e juntar, o amor que eu sinto por cura.
Muito obrigada pela sua existência e, com licença, fique mais!

domingo, 21 de agosto de 2011

O acaso

E, quando você pensa em uma pessoa, seja ela quem for ou de onde for, ela só é quem é para você se te faz bem. Não importa sua cor, dogma, raça. Não importa seu time, seja ela quem for e é.
Mesmo com a distância, esbarra-se na quilometragem de conversas, discussões, risos e na capacidade de se exercitar o"ser humano".
E, quando você pensa em uma pessoa, seja ela quem for ou de onde for, ela só é quem é para você se te faz bem. Não importa como seja, desde que seja. Não importa o tempo desde que tenha motivo suficiente para se agradecer de tê-la...
E se eu disser obrigada procurarei em demasiados dicionários a maneira mais exacerbada de representação, pois em um momento tão conturbado eu conseguia e consigo esquecer por uns instantes o que me aflige.
E se eu disser que acredito em Deus, darei vários exemplos de várias vidas, momentos, porém, ele pode ser dito em alguém que eu não conheço o qual possui pseudônimo de antígeno.

sábado, 20 de agosto de 2011

Dezoito a gosto

"Ela acreditava em anjo e, porque acreditava, eles existiam." (Clarice Lispector)

Acredito na existência dos anjos e por acreditar tanto neles, vejo-os seguindo sempre ao meu lado. Vejo-os iluminando dias e seres. Estão em presente presença, jamais passado.
Acredito fortemente em vivos anjos, de corpo e alma. São meus amigos. Parecem mágicos, trazem-me calma.
Um anjo veio fazer moradia em meu dia a dia. Era tão meiga, calada... porém aos poucos surgia!
De pele clara, de alma lavada, cabelo escuro e fragilizada.
Em poucos segundos, muitos momentos! Em poucos dias, histórias de caber o mundo. Dança, festa e fantasias!
Hoje, mesmo com tempo corrido, inesquecível anjo está comigo. E, baseada em um passado intensamente vivido. Agradeço sua cor, choro, felicidade. Fiéis à dificuldade de hora, fiéis a um todo.
Bom é saber que tenho a você. Feliz é você me ilmuninar. Bem me faz te ver. Ótimo é te ter bem. Grata por me encantar.
São abraços, histórias e vidas. Festas, bebidas e pão de queijo. É a vida, da vida é. Notas trimestrais, musicais notas, sinfonia trivial. Hambúguer, filme.
E por tanta vida, feliz aniversário. Por tanta ajuda, "felizidade". Muitas conquistas, sonhos a realizar. Muita memória para nunca me deixar. Muita saúde para muito fazermos e aprendermos (juntas). Muita festa e alegria. Sorrisos de dentes sorridentes e escancarados.

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

"Contandiano"

Ela continua contando seus passos.
Às vezes se perde pela manhã por correr tanto.
Por algumas vezes, perde-se por anseio.
Segue-se apenas um ritmo, é batida... tango.
Permanece à espera, aguarda.
Por meses age, extrapola.
Sente-se presa,
ao mesmo tempo liberta.

Cruza a paralela,
trafega em um ônibus sol,
sol de cor "verão amarela" - em pleno inverno-
Soa-se tom distraída em plena principal.
Desfila uma avenida, espera um sinal.
Olha-se um mundo norte,
Repara-se uma vida leste.
Ela conclui seu um quarto de dia carnaval.

Atravessa uma ponte redesenhada.
Tropeço de rampa refeita.
Passos curtos,
fita-se o rio deslizar.
Cobre a pele com o vento.
Parece-lhe cura, talvez seja efetivo.
Ultrapassa-a carros, pernas, ar.
Tens uma hora...

Menina, deixa de tanta labuta!
Encoste essa azáfama e
solte essa amarra!
Caia nessa roda.
Deixe que hoje o tom se faz na hora
Já mandei lhe avisar:
Só assim vou sossegar...
Oh moçoila, vá descansar!

domingo, 31 de julho de 2011

Intitulável Rei dos Títulos

Por diversas vezes meu coração bateu mais forte. É uma falta de ar, são suspiros constantes. Talvez ausência de palavras, perca de fala até.
Por diversas vezes minhas mãos gelaram. E, sem controle da situação, minhas pernas estremeceram. Merecia-se exaltação de glória, merecia-se si merecer.
Por diversas vezes se tornou inconsciente, passou a hábito e este com o tempo foi designado à necessidade. De chegada arrebatora pareceu ser a mim algum feitiço encantado o qual jamais será entregue ao abandono.
Disseram-me ser paixão o significado resumitivo de todas essas sensações. E por todas as análises, acredito que não seja. Paixão é algo que vem e vai. Passa! Deduzi ser amor, porém é algo além. O amor um dia pode acabar seja por desgaste, desilusão ou por deixar de ser.
Adquiri uma tatuagem na alma, um selo no peito e não há razão para o fim. Jamais! É apreensão por cada segundo. Grito a todo momento. Não importa onde e com quem esteja. Se me traz alegria, eu mando beijos ao vento. Se me traz derrota, eu me aperto em abraços. E amanhã...
E amanhã quando a bola rolar novamente, eu vestirei minha camisa vermelha e preta. Cantarei o seu hino mais lindo e sagrado até ecoar para o mundo, pois morreria não ter nascido você, não festejar a cada conquista e admirar cada coro do torcedor. Não admitiria outro sangue a não ser o grandioso sangue rubro-negro.
Se perdes, há dor. Mas há consolo na história, há vida na arquibancada e sempre existirá o imensurável amor. Eu largo tudo pra te ver, troco o mundo por você. Somente por você, Flamengo. Meu único, grande e eterno hereditário amor.

domingo, 24 de julho de 2011

Stop, por favor

Às vezes tento ser forte como uma montanha.
Às vezes não, sempre!
E mesmo sendo sincera com a vida,
creio que eu não seja comigo mesma.
não há montanha,
não há de mim, guarida.
Mas eu me esforço em ser grande,
porém me perco e,
perco a linha.
Eu me exalto em ser alguém,
mas esqueço do tropeço.
Sinto uma vontade quase que dolorosa
se já não houvesse tanta dor
querendo ser retirada.
Sinto meus pés soltos ao ar,
e minhas mãos atadas.
Eu sinto que sinto
o que na verdade nunca senti.
Não sei explicar,
só peço que o mundo espere.
Espere a calma,
aguarde!
Espere os acertos,
presuma!
Espero que espere,
stop!

sexta-feira, 8 de julho de 2011

...

Atualmente, meu maior medo na vida é perder o sentido de quem me traz vida por todos os momentos.
Atualmente, queria poder ser gênio e curar este mal.
É dor física, dor de perda, dor de amor maior.
Atualmente, eu só fico na vontade de ser e nada mais.

Ainda há

E há feridas que se fecham,
dores que se vão.
Talvez nunca estiveram aqui.
Talvez não passaram de ilusão!
E há sorrisos a minha frente,
que jamais quero esquecer.
Tem pessoas que me tornam.
Tem pessoas que retornam!
E há caminhos dispostos
que não me canso de ver,
outros, procuro definição.
E há mais brilho nessa hora,
não permita esmurecer,
pois mesmo que demore.
E há hoje no dicionário,
que eu não quero entender.
Segundo, calendário, agora!

sábado, 2 de julho de 2011

Metamorfoseada humanIdade

Tem dia que um aperto no peito me consome por horas.
É um incômodo de saudade, incerteza e fim.
Tem dia que a vontade de parar é imensa.
É uma força quase que irresistível e um tanto desejada.
Tem semanas que os sonhos me perseguem,
porém a angústia me arruina.
Tem semanas que tento adivinhar o final da caminhada,
porém me perco antes que as revelações me alcancem.
Tem meses que passo lutando com esforço,
mas esbravejo pelo o que me cansa.
Tem meses que passo,
mas em sua maioria, eles me passam.
Tem anos que tento descobrir o significado dessa dorzinha,
e juntando o todo ao tudo não encontro solução.
Tem anos que tento saber quem eu sou,
e juntando o todo ao tudo percebo que não passo de uma constante transformação.

sábado, 25 de junho de 2011

N' uma metade de hora

Prendi-me tanto ao relógio que já não sei o que é se esconder. Tampar-me do tempo tem se tornado cada vez mais difícil. Corro para não perder o ônibus mesmo não enxergando o dia e as manhãs que tem sido tão escuras e frias. Corro para dar conta dos exercícios pela tarde e depois dar aula ao pôr do sol. Corro do sono para ler à noite. Corro da vida pela vida.
Talvez seja um mísero detalhe, porém ganhar trinta minutos para uma pausa na última segunda feira foi secular. Sinceramente, não sabia nem por onde começar. Não sabia conduzir meus pés para a rua. Agora sim posso dizer RUA, pois antes era apenas o "caminho de ida e de volta". Parecia que estava sendo apresentada ao mundo. Queria ver tudo no mesmo segundo e o céu. Queria ver as casas que parecem ter asas e as faixas de pedestres que pintava o caminho da minha caça ao tesouro. Mas para onde eu seguia?
Dispensando respostas, subi as escadas rolantes e quando respirei fundo senti o mundo em meus pulmões. Eram números de um lado, gastronomia do outro, clássicos e específicos, infantil, adulto, juvenil. Ali estava o planeta em quatro bonitas paredes. Silêncio! Meus olhos acompanhavam cada canto daquela livraria e ao me deparar com um dos meus primeiros livros de infância, abri-o. Passei por cada página e figura e, quase como uma obsessão, devorei seu aroma. Cheiro de nove anos de idade, de mesma capa, de criança, de ingenuidade e herança de mãe.
E por ora, meia hora passa depressa.
Preciso correr que já é tarde e
tenho pressa!

terça-feira, 14 de junho de 2011

De olhos vendados

O que mais me dilacera é a velhice. Não a minha propriamente dita. Esta me encanta. Porém, quando se trata do envelhecimento ao meu redor, fico perdida. Tudo se torna tão intangível e obscuro que por mais que eu procure, ou até mesmo, encontre uma saída, não deixará de ser uma ilusão.
Ontem, após um telefonema, eu tive a vontade de segurar dois corações, duas idades, sexos opostos. Eu tive a vontade de parar o tempo. Quem sabe até jogar tudo para o alto e aproveitar cada milésimo me imposto como um resto.
Uma vez brincar de ser Deus ou de ser vida já me bastaria. Pois qualquer coisa não é tão ruim quanto se ter ciência do que ocorre e nada a fazer senão ver.
Por dois minutos vou fechar os olhos e fingir não enxergar, vou fingir ser criança, com todo tempo a ser gasto e chorar apenas porque hoje é meu primeiro dia de aula, ou então, porque minha única dor é da queda do balanço. Vou fingir que não cresci e que as pessoas permanecem as mesmas, intactas e eternas, como eu sempre achei que elas fossem.

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Tamanho de Felicidade

O Sol tímido iluminava
sua pele negra reluzente.
Expunha sua magreza
em pés descalços ao chão
e fazia de seus dentes brancos,
reflexos de felicidade.
Firmemente carregava em sua mão,
troféu em forma de pedaço de pizza.
Esta era mastigada com tanto sorriso
que nem reparei na sua roupa,
muito menos na idade.
Eu fitava sua boca.
Uma criança devorada por alegria em pedaço.

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Não clames por tanto, meu bem
Se tudo se foi, a culpa não é nossa.
Não há pecado, portanto.
Há anseios opostos,
pedaço de vida.
Há um tango na sua esquina e,
um samba à minha espera.

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Que vontade de ser seres

Antigamente, não tinha a visão de domingo generalizada. Os meus domingos eram tão mágicos. Já fui narradora, filha, bailarina, cantora, palhaça. Já fui bicho. Eu fui quem eu realmente sempre quis ser.
Perdi tantos jogos do meu time. Perdi o Flamengo jogar e suas finais. Ouvia os gritos da rua, fogos e me continha ao máximo para não explodir de felicidade quando ele fazia gol nos momentos mais inadequados. Mas valeu tanta pena. Eu não perdi nada, eu só ganhei.
E hoje, em uma rede social na internet, vi o comentário de um amigo que também já foi tantas coisas, mas que vai voltar a ser. Que vontade de ser seres. Que vontade de estar com esses seres e de abraçá-los no início da noite e final do fim de semana, após comermos pipoca, tomarmos sorvete e vermos uma roda de capoeira na praça.
É do domingo que eu tenho saudade, é da roda de violão, dos pés descalços no palco, dos tombos, das discussões misturadas com ideias, preocupações com o tempo. Um aperto de medo do que irão sentir, se irão aprovar e se tudo dará certo. Uma saudade que só parece aumentar e que parece ter sido fantasia. Afinal, eles nunca me soaram como um simples domingo.

sábado, 7 de maio de 2011

Um único desejo

Certa vez, ainda criança, tive um sonho em que você possuia um fecho e que conforme ia o abrindo, transformava-se em outra pessoa, além disso, tinha o poder de se transformar em miniatura. Eu nunca o comentei e muito menos o compreendi, mas sempre o guardei comigo.
Porém, nessa semana, ao me desesperar diversas vezes, chegar em casa e não encontrá-la pra desabafar e pedir carinho, consegui compreender o sonho de anos atrás. Mesmo você não estando em casa, mais que depressa liguei para o seu celular e quando o atendeu, desabei como tava doida pra fazer. Eu sei que estavas a uma esquina de distância de mim, mas não sabes o quanto que queria que me abraçasses de apertar os pulmões.
Então, como toda necessidade faz despertar... eureka! Descobri que sinto sua falta, mesmo que distraída a cada instante, que não há amor e sinceridade maior que alguém possa me oferecer. Desvendei que você é tanta coisa, mas sempre a mesma pessoa. É tudo o que há de mim e que viraria o que fosse pra me ver bem.
Se eu pudesse fazer uma mágica, seria a de nunca te perder, de poder ter uma miniatura real sua para poder carregar sempre comigo enquanto cada uma vai para seu canto. Porém, isso não passa de um desejo egoísta meu, um desejo de extrema importância.
Confesso que não sei como vai ser quando nos separarmos. Confesso que penso nisso constantemente, na esperança de poder encontrar uma solução. Confesso que mesmo me iludindo, nunca vou deixar de procurar um jeito e confesso que sempre que algo dá errado tenho medo de te decepcionar, pois conforme dizem, não adianta termos um jardim na própria casa, senão cuidarmos dele por todos os dias.
Não gosto de Dia das Mães, eles me fazem lembrar que mais um ano se passou. Eu gosto de você e falar amar se torna banal demais para algo imensurável. Eu não tenho mais nada a dizer a quem sempre aqui esteve, eu só tenho a pedir que seus abraços, voz, braços e beijos de ida à escola permaneçam sempre.

É por choro e vela

Eu cheguei a pensar que tudo ia ser tão difícil, tão duradouro e febril. Pelo menos, quando não atingi o que tanto esperava e vi várias pessoas seguindo, cheias de dentes expostos aos raios de sol e molhados com a chuva. Mas expostos. Enquanto eu procurava me esconder em alguma sombra de um outro corpo que não fosse o meu mesmo, enquanto eu fingia já esperar e nem ligar para o que viria. Nem sombra eu possuia. Eu fingia tê-la.
Tive tanto medo que chegava a doer minha pele e meu coração se apertava tanto que parecia que ia sumir em meio a tantas lágrimas. Queria gastá-las em pernas, pés e ruas. Eu andei tanto, dei diversas voltas e só fui parar quando não tinha mais fôlego para ver tantas caras olhando pra mim, tantos carros passando e tanta sede. Almejava um outro corpo, queria uma outra alma, eu só queria.
Ah, se eu pudesse ser sonho. Se eu pudesse criar asas e voar conforme o vento quisesse, sem tempo, sem dúvida, sem direção. Ouvindo-o sussurar ao meu ouvido e sentir meu rosto arder de tanto o cabelo bater em minha face. Uma viagem com a esperança que ao meu retorno estivesse tudo em seu devido lugar. Porém, não deixei de me refugiar. Pousei sob os cuidados de quem sempre esteve comigo. Naquele exato momento, compreendi que guardamos pedaços de todas as fases de nossa vida, de cada instante. Eu tinha me tornando tão indefesa. Eu tinha me tornado uma criança, estava descabelada e me encontrava deitada ao colo de quem pedia proteção.
Uma lembrança tão presente que parece ter acontecido ontem. Mas como me disseram uma vez: " Você tem o mundo em suas mãos", eu desabafei o que pude, descarreguei meu espírito e o recarreguei. Se as pessoas exibem seus próprios dentes, hoje eu não sei. Eu sei que eu exibo cores, mas elas são tão fortes, que acredito que ninguém as vejam. São tão lindas e ninguém mais precisa notá-las. Cada um tem as suas e eu não tenho medo de usá-las, são tão armas, são tão pacíficas, são fontes de luz. E, caso as use de forma inadequada, saberei que foram na tentativa de consertar. Mas eu as usei.
Por hoje, eu agradeço o que eu senti. Eu me despeço de tantas coisas e me bem aventuro em tantas outras. Eu agradeço, por cada ponto iluminado que surgiu. Por cada espanto que teve e cada riso colocado. Eu agradeço pela chance de ter reiniciado, de poder errar, de cair e tentar. Agradeço por reexistir e não desistir. Vou acender uma vela pra comemorar e no alto do morro vou colocá-la para que todos possam ver o que é realmente iluminar, pois isso sim é viver.

domingo, 1 de maio de 2011

Eu protesto

Por dias, pensei que tudo tivesse sido ilusão transformada em algo inexplicável, ruim e interminável. Chegava a ser como uma doença contraida, que estava impregnada em minha alma e pele. Uma doença sem volta.
Não era um pesadelo ou próximo a um. Nos pesadelos, a gente corre, grita, tenta encontrar uma saída. Nele, você inventa e brinca de sofrer e correr perigo. Na vida, você brinca de lazer e corre contra o tempo.
Na última semana ou no decorrer dela, decidi me vacinar. Notei que o "inexplicável", a "busca de uma resposta" - não sei a denominação correta - se foi aos poucos. Eu não preciso tê-la.
As coisas se iniciam e terminam no momento mais adequado que se pode ter. Pode ser que a princípio todos discordem, mas depois de um determinado tempo - longo ou curto - as peças se acabam e o quebra-cabeça se encaixa, finalmente.
Muitos dizem que várias coisas não deveriam ter começado. Eu protesto! Muitos dizem que várias coisas não deveriam ter fim. Eu protesto! A ideia de início e fim me encanta tanto. Principalmente quando tenho a certeza de que possuo o recomeço na palma de minhas mãos.

terça-feira, 19 de abril de 2011

Passa

Às vezes eu tenho vontade de gritar,
mas gritar em linhas, páginas,
gritar em diversas folhas.
EM LETRAS MAIÚSCULAS.

Às vezes não,
por um longo tempo, desde um certo tempo.
Mas me falta letra o suficiente,
falta coragem e crença.
Falta-me uma voz decente!

Então, vencem-me pelo cansaço.
Pode ser que no fundo,
bem no fundo,
haja uma esperança.
Pode ser que eu disfarce.

Na verdade,
não sei o que faço,
não sei o que pensar,
muito menos concluir.
Mas um dia passa,
o dia passa,



passa...

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Calcificando

E, tantas coisas acontecem
que você passa a ter medo.
Não das coisas que acontecem,
mas sim, de você se tornar imune a elas
e ao que ainda virá.

domingo, 13 de março de 2011

Entenda, por favor

Uma vez me disseram que Deus está em todos os lugares, planos e partes.
Pois bem, onde estou, Ele está e vice-versa.
Estive com Ele em confetes e serpentinas,
estive com Ele em samba e roda,
estive com Ele em sorriso e canto e,
principalmente, na marca na pata que o cachorro deixara em mim
ao me seguir até a casa na noite que passou por lá.
Eu O vi na chuva que lavou minh'alma
e O senti nos abraços.
Eu O vi em minha frente na alegria estampada em vários rostos pintados, limpos e molhados.
Eu matei saudades,
construi saudades.
Matei a rotina,
construi um novo horário.
Eu me reconstrui e foi bom.
Foi tão bom quanto comer algodão doce, chocolate e matar a sede com guaraná.
Que sede?!
Foi tão bom quanto passar uma borracha no que te incomoda.
E, em nenhum momento não tive dúvida que Deus estava comigo.
Entenda, o MEU Deus é ilimitado e,
isto me basta!

terça-feira, 1 de março de 2011

Saudosismo de Fundamental

E hoje, vivendo de passado, encontrei um poema que fizeram pra mim há muito tempo. 2007, ano bom, bom ano para se recordar. E, se saudade pudesse falar por si só...

A morena nem piscou
passou de nariz empinado
caminhar esnobe
sorriso amargo
nem notou
nem quis olhar
passou

A morena é cruel
sádica
maldita
chata

A morena vai
mas é linda
linda demais para descrever
Que continue assim,
olhar metido
nariz nobre
andar preconceituoso

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Mãezinha, quero ser mágica

Eu quero ter a força da magia em minhas mãos
Quero poder olhar a dor de cada um e,
despedaçá-la em mínimas partes,
transformá-la em cores,
distribuí-las como confetes.
E, quanto às lágrimas,
ao caminho do mar vou encaminhá-las.
Que se misturem por lá.
Mãezinha, quero ser mágica!

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Genética verbalizada

Pelo olhar escuro, pele mais negra, sorriso mais límpido e refletido de tão claro, eu me apaixonei. Mas quem disse que paixão é algo carnal, entre sexos opostos ou algo similar? Paixão é encantamento, feitiço pronto, sem fórmula e não importa por quem ou a quem. "Apenaxonite", nada mais.
Na volta pra casa, eu percebi. Do atraso do ônibus, sob um calor torrencial de metade do dia, são meio-dia. Percebi que o abraço mais nobre e a conversa mais singela, mesma que por cinco minutos, não tem cor, despreza a quantidade de cromossomos, idade e sexo. Dispensa qualquer repugnância ou ato pré conceitual. É mágica, sinta-a.
Enfim, apaixone-se diariamente de várias formas, contatos, cores e graus. A cada dia, a cada novo dia, um dia novo. Inove-se! Pessoas passam e ficam em você, pode ser que não as conheça, mas permanecem no ar. O tempo se esvai e o demarca. Remarca-se! Verbalize-se da sua maneira. Faça do simples verbo, o verdadeiro verbo.

sábado, 22 de janeiro de 2011

A única febre que não passa

Sempre estou doente, todo dia estou. É só sentir o aperto, é só sentir a dorzinha pertinente. Meu coração constantemente adoentado está. E não há remédio, receita, muito menos dieta. Isso só aumenta o tédio por não tê-los em peso, presença e cor.
É dor de saudade, dor de amor. É sede de pele, sede de colo. Vontade de carinho e perfume. Por isso, hoje eu quis abraçar o mundo com Cartola ao fundo. Eu quis ver a tristeza transformar-se em alegria com a cara ao Sol da felicidade, quis ter certeza da esperança da manhã. Dei fim à Briga de Benedito com Benedita. Vou Te Contar Tintim por Tintim...
Hoje me deu uma vontade de beijos e abraços, hoje me deu uma vontade, quase que ensurdercedora no peito, de consertar a vida, então, por que não acabar com a briga no Distrito, Dona Benedita?
Acordei com Pranto de Poeta, mas Pouco me Importa se alguém desacredita. Na minha fantasia, eu salvei o mundo. Enfrentei delegado, papa e até soldado. Escalei montanhas e encontrei a Cidade Morena, onde Eu e a Lua, No Tom da Mangueira, fizemos de "O Mundo é um Moinho", O Samba do Operário.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

O importante é se descabelar

E, quando você acredita que é alguém, surgem inúmeras incertezas e, mesmo que tardias, brotam com suas raizes, forças e aparece a primeira ponta de vida, a primeira esperança. Nasce um outro alguém. Chega ser avassalador, quase que destruidor se não fosse puro e construtivo. Chega a te remoer e quando estais por esmurecer, surge um novo ar.
Então respire homem! Aquiete essa inquietude e sossegue esse coração, que por essa hora se aperta para um recomeço, que por agora se acelera pra continuar. Então sobreviva mulher! Segure esse choro e seque essa agonia. O que tens é só espera e não adianta espernear.
Foi quando a chuva chegou que a menina desabou, de vários anos ela apenas representava uma criança frágil e incontida. O cheiro da terra molhada lhe penetrava os poros e nada mais sugestivo que nela surtisse o mundo por dentro . Ela não cabe em si, no mundo ela não cabe mais. E é tão mágico, tentador e perigoso.
E de alma lavada, cabeça erguida, a meninice retorna, num colo aclamado se desmancha em sonhos. Depois de tanto tempo pertinaz, tonteando-se e da chuva passar, finalmente, decidiu aguardar.