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sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Ainda que se tenha o concreto, que eu tenha o movimento

Ainda que o tempo passe, que você aprenda diversas coisas e que esteja cansado de saber as consequências, arrisque!
Ainda que o dia esteja escuro dentro de si, que as ideias não condizem e que o nó esteja preso na garganta, aposte!
Ainda que o sol lhe torre a cuca, a cerveja esteja quente e trânsito parado, siga!

Arrisque, porque é a partir dos riscos que se brotam os sonhos.
Aposte, porque é através da aposta que se fortalecem os aprendizados.
Siga, porque é por meio de diversos encontros e desencontros que se ilumina o peito.

Não há a possibilidade do erro, há a possibilidade do reconhecimento.
Não há o despertar de arrependimento, há o despertar da transformação.
Não há o cancelamento da caminhada, há o recomeço.

sexta-feira, 3 de agosto de 2012


Avisto aquela rua sem ver. Avisto por mente exposta. Exposição projetada e ela não tem fim. Mora bem ali. Construiu-se em mim. De pensar que fosse minha, que nela dormiria; fazer-me-ia inteira e me tornaria nua. Desfalecer-ia-me pura até me envolver crua.
E de tão rua, caí-me em cólera. Talvez por um facho de luz. Um poste certo em meio ao asfalto, o qual meu corpo expus. Pois, por mais que eu tente ou me ausente, é o que me conduz. Um facho de luz lá do alto! Alimenta o jardim, invade meu peito e eu respiro profundamente aquele velho cheiro de alecrim. Este que sustenta todo esse leito de cor, vida e festim.
Aquela reta nua, pura, crua, que se desfaz em atriz de um jeito esperto. Ali... bem embaixo do meu nariz de um modo correto. E não importa o que condiz, nem o que o refrão diz. Escrevo todo esse metro, rabisco de giz...
Romper é fazer (p)arte. Mesmo de alegoria cansada, mesmo que seja tarde, de poste apagado, mas de alma lavada. Mesmo de futuro imaginado, mesmo de sonho emaranhado, mas em formato de aquarela pra pintar um pé atrás e um pé a fim. E chega de 'mas', que pra'quela rua amarela é: colorir o que já não parte de mim.

quinta-feira, 19 de julho de 2012

Equilibrando-se até desaguar, "es" aguar, saguar, aguar, guar, u ar, (ser) ar, r...



Posso ser louca, ser tonta e boba. Posso até flutuar, perder horas em meus devaneios e ainda me equilibrar sobre as linhas de um livro. Eu posso. Eu poderia. Eu "repoderia". Mas acho que tonteei tanto que acabei me desequilibrando das linhas e afogando nas palavras...

Não sei bem quando me afoguei. Só sei que me sinto cristalizar. É como nadar, nadar e nunca ter fim. É como sentir que está a favor da maré e ela cair em ressaca e te jogar pra lá e pra cá de uma maneira tão brusca que não SI percebe mais. Adormece! Tece e padece! E ao se despertar, percebe-se endurecido pelo sal. Que sal? Sal é pouco, é preciso uma receita inteira.

Dói. Dói tanto que chega a ferir o que se tem por dentro. Machuca porque você não tem mais os olhos de 15 anos atrás. Acredito que a única coisa que não se petrifica em um homem são os olhos. Estes, sempre vão te surpreender e fazer com que você enxergue o que nunca lhe viria a mente. Os olhos do homem fazem ver um outro homem, seja este você ou eu, ele, ela, nós, estes.

Às vezes -ou sempre-, eu só queria permanecer a andar na garupa de uma bicicleta antes das 7h e acenar para os senhores de capacete branco da Siderúrgica como sinal de "Bom dia", acabar a atividade para ir brincar no balanço e/ou no escorregador, despedir-me com um doce de goiabada feito em casa e retornar para a garupa da bicicleta cinza.

Por essas, é que contemplo o passado. Aquele que bolo era feito de terra, café era feito de ar, que boneco da brincadeira era a própria boneca, que todo mundo dormia no mesmo colchão na sala, que o chinelo marcava o campo de queimada e que a queda de luz era motivo para que todos se juntassem em uma casa em roda ao chão, acendessem uma vela e contassem uma história.

Por tudo isso, que é difícil crescer. É difícil aceitar que se endurece. Uns mais cedo, outros mais tarde. Talvez nunca ou sempre. É de atormentar acreditar, que aos poucos, cada um sofre desse mal. A gente adoece e quando percebe, foi-se. O homem em outro homem. Só não lhe bastar ser. É preciso caber. Caber no tempo, no mundo, no assunto, na vírgula da linha do livro. E de consolo por essência, embebedo-me da água salgada, escorrego na palavra e paro na reticência. Esta que abre espaço no mar entre o nadar e o sonhar.

domingo, 24 de junho de 2012

Amor em branco, amor sem cores: O amor não tem cor

Não quero ouvir desse mundo que amar é dizer "eu te amo" ou que é verbo conjugado entre duas pessoas. Apenas isso, não! Pobre daqueles que buscam limites e repostas ao pé da letra. Tristes são aqueles que não veem as coisas em sua essência! Porque amar remete a algo tão além...

Descobre-se sua essência ao cair em doação. Descobre-se puro ao compartilhar pedaços de si em outrem. É quando, sem palavras, encontra-se os sentidos delas dentro de si de caráter intransponível. E, a partir disto, prefere as dores do outro em você. É saber abrir mão de diversos caminhos para exaltar um único. E, ainda assim, sentir saudade antecipada. É aprender, de maneira intensa, a conviver com os fantasmas do passado, da atualidade e com os que virão. E, através deles, cuidar. É não se prender a padrões, datas e conceitos, pois estes dispensam o inusitado e a lembrança repentina. É ter a formação de uma sinestesia de sentimentos, a qual fogem definições por se misturarem em uma dança repleta de cores, a um tempo que nem nós sabemos qual é. Poderíamos então, ser o branco: a junção de todas as cores, que no final, não se denota cor! É, por fim, não se por fim... visto que, amar é transcender, e não, limitar!


*Ai de mim cortar o amor em pedaços de parágrafos!

quarta-feira, 30 de maio de 2012

Herança Postulada

Lá, onde o homem dá a vida.
Busca a força e o sustento.
Testa o santo que lhe habita!
Faz moradia e vai nascendo.


Lá, onde reforça o seu cangaço,
onde os olhos aguardam a morte
e a água tece o terço
da mais pura divindade.


Lá, onde os filhos padecem.
Onde se regam de labuta.
Estes, escravos do tempo,
que já parem o ser para luta.


Lá, onde quem é sertanejo,
faz um sonho por desespero.
segue rumo de desgosto.
Roga o canto de guerreiro!


Lá, quando cai alguma chuva,
vira festa em pau de arara!
Música em cabo de enxada
e esperança que se põe nua.


Lá, onde o povo é mais que forte,
onde vence por insistência.
Eles, que plantam na alma e colhem na sorte.
Assim, sobrevivem dia após dia.

domingo, 1 de abril de 2012

Sê-lo selado

Eu não preciso de um bom patuá
Permita que o tempo  conduza
Eu não preciso de todos os orixás
Permita que eu me lambuza

Deixa eu sentir a brisa do mar
Eu não preciso que outro me levante
Deixa eu pintar a cara até a pele salgar
Eu não preciso de um segundo avante

Eu preciso de todo seu zelo
Não me permita aqui sem teu cheiro
Eu preciso de teu apelo
Não me permita sem o seu inteiro

Não deixa tudo petrificar
Eu preciso daquele seu grito
Não deixa a morte chegar
Eu preciso de todo esse mito

À nossa guerra

Encontro-me presa
Cá estou novamente
 Procurando resposta convincente
 Encontro-me marionete
 Querem-me como presa!
 Portão que grunha,grita
 Pelo cão que ladra e morde
 Alma que desinqueta e mata
 E, mais uma vez, dilacera e sente fome
 Encontro-me moradia
 Daqueles que procuram alimento
 Prato predileto devorado
 Para aqueles que tormentam peito
 Mas eu me sinto forte
 Pronta para mais uma mentira
 Preparada pro abate
 Achas mesmo que ainda sou uma menina?


Tenta a sorte!

sábado, 3 de março de 2012

Nuvem passageira


Sinto-me primavera. E quanto mais me sinto, mais percebo flores brotarem dentro de mim. É que a gente possui um jardim dentro de si. E vale tanto ouro zelar por ele. Ouro cor de acácia. E faz um jardim tão imenso e intenso, que uma hora você o transpira e ele lhe salta os poros.
Hoje, eu deitei sobre o meu jardim no chão de sala. E do chão de sala, eu via o céu lá de fora. Perdi as contas de quantas nuvens colecionei e de quantos desenhos pintei. Olhei, ainda deitada, e lá estava você ao meu lado - deitado também - sorrindo. Lembramos do dia que você havia me dito que as estrelas de todo essa imensidão azul representava alguém. Que as pessoas possuem o seu brilho e se tornam luz de alguém ou algum. Lembramos do dia que você viajou e de que quando a saudade apertou, você me enviou: "Se estou longe, olho a noite para o céu e te vejo. Pois você é luz! E caso sinta saudade de mim, veja meu reflexo na sua estrela". Foi como se eu vivesse tudo novamente e sentisse falta de quem estava colada. Brincar de se esconder um do outro ultrapassa sentindo. A gente procura pelo outro mesmo unido. A música parou! E querer mais música me remetia a ideia de levantar do chão, perder a próxima remessa de nuvem e te perder. "Eu opto por ficar!" Há sempre música e, às vezes, a música do silêncio norteia a mente e aquieta coração. No meu caso, coração sambou! Fez-se roda no meu portão. Ouvi um grito pelo meu nome e, lentamente, levantei-me. Você apertou minhas mãos e eu, na calçada, sentei-me. As nuvens cresceram e escureceram. A chuva chegou, relampiou e minha perna lavou. E quando ela se foi, eu já sabia que você tinha ido com ela. Voltei do mercado da esquina enquanto me esperavam na rua. E lá estava eu... a sua procura de alma nua. De vida crua, mas ainda sua!
E aqui estou eu... torcendo para que jamais chegue outono. Porque se é tempo de primavera, eu quero me perfumar de todo o jardim.

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Carnavalizar



E se eu me pego de carnavaaal...

Eu viro Colombina sem Pierrot ao lado,
viro passista por metro quadrado e,
pego sorriso sem cura.
Pois aqui não brota amargura.
É de samba no pé
à festa sem hora.
E é lá pelas alturas,
que raia o dia.
Brota sol alegria!
Aquele de cor alaranjada.
É de Colombina à Passista,
que me esqueço que a vida é piada.
Do quanto a gente sofre e por quanto morre.
Mas é pra isso que serve carnaval,
pra espantar todo esse mal!
Nem que seja por noventa e seis horas.
Noventa seis horas que impulsionam oito mil, seiscentos e sessenta quatro outras horas.
Ai, desse povo brasileiro carnavalizar a alma!
Do peito virar tambor.
Os olhos, chuva que lava ruas.
E os dentes, as baianas que desfilam na avenida.
Das pernas virar carros alegóricos e,
da gente, contornar o mau humor!

E se eu me pego de carnavaaal...

Eu faço das crianças fantasiadas,
moradia de simplicidade.
Faço dos blocos,
exemplo de cumplicidade.
E faço da vida,
confetes de todo dia.
Só pra ver brotar na cara,
sol alegriado alaranjado!

Desterro


Sou dessas que fala o que pensa!
Dessas que não reza e,
mais que com pressa,
despeja a remessa.
Às vezes me arrependo.
Contudo, guardar me fere os sentidos.
Guardar me agita gastrite.
E é como se eu me escondesse em um poço fundo.
Sou dessas que desobedece regras e dietas!
Dessas que se esquece que inquieta e,
paga caro de remédio.
Se não fosse pra curar o tédio,
andaria em linha reta.
E passava pela porta do céu direta!
Sou dessas que prefere sentir os pecados,
as dádivas e a pedra.
Sentir pra saber por que "sim",
sentir pra saber por que "não".
E juntar as respostas pra mim.
Sou dessas que no final gosta de calcular,
o que tem peso pro coração e,
o que tem peso de mente.
É que quando a gente sente,
a gente deixa pra amar ou pra soterrar.

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Olha, Chico... venha ver: Às 17h30min o degrau da cozinha vira salão!


Ser luz, "serhumano"
Ser humano, "serluz"!

"Nóis veio pra ilumiá". Já dizia Pai Tinhoco. Já dizia em horas de conversa à beira da porta da cozinha no final dia. Era luz de vela em castiçal de ferro. Já dizia Pai Tinhoco: "E se ocê não semeiá, não há de que coiê".
Era Tião, Maria e João... sentados no degrau da cozinha. Era verde em frente aos quatro que não cabe no coração e era um som de água de bica que lavava qualquer cidadão.
Era Tinhoco, Tião, Maria e João... curando o povo do mal do Jeca Tatu. Um tanto por noitada! Tudo, de norte a sul.
E lá pelas varadas da noite, quando a vela já inteirava a décima oitava, quando a dama da noite já exalava perfume, Tinhoco acendia seu cachimbo. Tragava uma, duas e resmungava.Fumaça! Uma, duas e bravejava: "É uma cousa ou outra: Ou nóis ama ou nóis amargura a 'arlma' e envenena o peito mais do que cobra cascáver criada." Fumaça!

Bronzearte

Se você está aqui nesse mundo e não consegue -ao menos- tocar alguém é porque esse mundo não lhe é merecido. Mas, se porventura, despertam algo em ti, é hora de expor essa cara cor "cinza mofada" no sol e refletir cor "dourada ensolarada" em forma de luz nesse mundo que acabou de lhe ser merecido.

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Verde e amarela

Eu sou verde e amarela!
Sou da terra do samba,
da mata e da água doce.
Sou do país da corda bamba!
Que ora está caindo pela tabela,
ora está indo de vento em popa.
Eu sou verde e amarela!
Não tenho cor pré definida.
Sou negra, índia, latina...
E, conforme a batida,
de Chico viro carioca
à Gil viro baiana!
De pés no chão,
viro nativa e de tristeza,
imploro pelo meu Sertão!
Eu sou verde e amarela!
Do verde derrubado,
Das almas trocadas
e do amarelo roubado.
Eu sou filha da desigualdade.
Das promessas nunca cumpridas
e da criminalidade!
Baseada entre a fé e a morte,
descendo da religiosidade.
Eu sou verde e amarela!
Do país tantas vezes campeão
em luta e deslizamentos.
Do paraíso da corrupção,
crime organizado e favelização.
E eu me pinto dessas cores
em respeito a tantos fortes,
em homenagem a tantos trabalhadores.
Mas eu sou verde e amarela!
Porque eu sou cheia de esperança,
Eu espero o melhor como muitos sonhadores.
E como a cada dia nascendo que não se cansa,
aguardo o meu verde retornar
e o resto do amarelo ser dividido e se multiplicar.
Muito prazer, eu sou verde e amarela!

Amar por completo

Uma xícara de café e eu vou te contar tudo...

Eu não tenho medo de amar!
Essa é a verdade.
O amor deixa a gente com sorriso estampado
e olhos de diamante.
Eu não tenho medo de amar!
Por enquanto, eu sigo assim...
Acho que é da mente.
Ela se sobressai ao coração
e, faz da gente,
figura viva de negação!
Eu não tenho medo de amar!
Jamais negaria o amor,
e, se por vezes disse "não",
é porque amor não vivi.
Acho que senti paixão.
Coisa instantânea e que acelera o peito.
Mas que daqui a dois tempos, fim!
Eu não tenho medo de amar!
É que esse sentimento (para mim),
vem de pouco a pouco.
Quando você percebe, foi!
Mas eu não sinto nada assim.
Ainda estou vivendo meus desejos e sonhos.
Nessa lista sigo a ordem tintim por tintim.
E, ai de você querer a vida me ensinar!
Até porque, eu amo esse meu momento.
Eu estou amando as coisas como estão.
Tanto amor que não dá pra contar!
E, quando esse tal amor que todos me desejam chegar...
Já terei um conjunto de amores colecionados.
Aí, sim! Eu vou te abraçar de não querer soltar.
Ficarei com o sorriso aberto estampado
e olhos de diamante ao ver na esquina você apontar.
Só que, por enquanto, deixe-me conjugar o verbo "amar" por completo.
Isso sim é amar!

A moça da papelaria estreita

Eu vi uma moça bonita de coração.
Daquelas que guarda algo de muito triste dentro de si e, que mesmo assim, faz de tudo para que você se sinta bem.
Não sei o seu nome e, somente, quando coloquei as mãos nos pães de queijo quentes (na volta pra casa) que me dei conta disso.
Ela é nova, deve ter suas duas décadas e trabalha em uma papelaria. Ela carrega consigo o esforço do seu emprego como algo vital. Mas eu não sei, apesar da simpatia, dos sorrisos e ao me dizer "você é engraçada", a garota me aparentava insatisfação.
Eu queria poder lhe dar um abraço ao término do atendimento, dizer que ela era uma pessoa muito especial e que merecia o mundo. Mesmo eu tendo a certeza que nem ela saiba disso! Eu queria ouvir a vida dela, ali mesmo na loja, a gente sentaria no chão e eu escutaria tudo! Tentaria ajudar em seu sofrimento. Mas não era o certo... talvez um outro dia, talvez no chão de praça.
Às vezes, você precisa sair de casa e sentir a dor do outro para perceber que sua vida é um sonho. E eu desejo isso a todos! Desejo que você passe a olhar as pessoas nos olhos, que você abandone esse cimento que há dentro de seu peito e sinta parte da dor do outro. Eu só quero que você respire o sofrimento que o outro exala e transpire a sua solidariedade em olhar, palavra, não sei, da melhor maneira que o convir! Eu desejo esse incômodo na consciência por não poder ter feito nada com a pessoa que te tratou tão bem. Eu quero isso para o mundo inteiro!

E, desculpe-me "moça da papelaria estreita" por não ter lhe dado a devida atenção.

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

A descoberta

A menina conheceu um mundo novo por acaso.
Ela tava retornando a sua casa e encontrou quem lhe convidasse para esse mundo.
A menina aceitou e foi!
Ela andou junto com o menino e os dois, após procurarem por um tempo, chegaram. Outro amigo chegou também!
E ela se encantou de matar curiosidade e si ver uma hora com olhos de brilhantes e boca em formato de Ó (maiúsculo e com acento agudo mesmo).
Em meio a tantas músicas, danças e surpresas!
Em meio a tanta gente, tantos pés puros ao chão e sons!
A garota se arrepiou de adormecer seu pé e encher os olhos d'água por ver tanta coisa bonita!
A garota foi chamada de forma carinhosa e se emocionou com as palavras ditas a ela. Chorou, sorriu, "chorriu"! Uma sinfonia de sentimentos que nem sabe explicar!
E, quando acabou, a menina queria contar ao planeta, mas não podia.
Ela se lembrou que nem todos gostam de um "mundo novo".
Lembrou-se que há muitos cegos de mente e coração.
Uma náusea lhe tomou o corpo por achar justo o mundo se abaixar para outros mundos.
Mas isso já não dependia dela.
Então, a menina agradece por ela ter se curvado. E, no fim da noite, viu seu dia como um dia incrivelmente mágico. Vai dormir ao som de belos cânticos na alma e ainda "magicada" pela sua descoberta.

domingo, 8 de janeiro de 2012

Em agradecimento

[Eu demorei dias por isso. Não fiquei pensando em nós e nem no que houve como tormento. Sim, eu me lembrei algumas vezes da gente! Talvez por olhar objetos, por me perguntarem de você ou por algumas discretas atualizações em suas redes sociais]

Acho que somente um fio nos liga. Um fio que se torna uma rede, ligando a diversas pessoas. As nossas pessoas! E sabe, eu não estou chateada. Acredito que as coisas tem o seu sentido e um porquê. Não é de hoje que somos assim e, confesso que antigamente, tudo me atingia de uma forma descontrolada. Hoje não! Hoje eu percebo que a gente tentou, eu tentei. Mesmo com tantas diferenças, houve um tempo bom. Um não, vários! Mas eles se foram em presença e permanecem em cada fase de minha vida.

Na nossa última discussão, pude notar que o tempo me fortaleceu e eu cresci. Eu me calei, eu deixei você dizer tudo e mesmo sendo as palavras mais inadequadas e difíceis que ouvi de tantas discussões, eu me calei e ouvi! Sinto que foram também as mais injustas, mas não cheguei a cogitar isso. Eu não chorei! Eu vi tudo, respirei e busquei o ar até o seu máximo. Eu não chorei!

Hoje, após semanas, eu continuo ilesa e vacinada. Não falo isso por você, mas por mim... que surpresa! Somos água e vinho, inevitável nos prendermos um ao outro. Sou de terra e você, água... é inevitável! Eu sou humanas e você, exatas. Sou de beijos e abraços e você, segue contido. É inevitável e compreensível.

Cerca de 15 anos eu fui atingida e eu te agradeço. Sou grata porque aprendi a dizer "não", aprendi a dar valor às pessoas que enxergam a minha alma e as minhas ações. Eu cresci vendo que nem tudo é a cor de alguém, nem sua condição social, muito menos que mentindo ou pisando em alguém -conquistando as coisas- eu me sentiria bem. Eu aprendi a ser honesta comigo mesma.

Por fim, eu só queria entender quando nos perdermos. E mesmo eu preferindo as lembranças ao invés do contato, eu gostaria de saber caso você soubesse. Há tempos eu me faço essa pergunta e não chego a nenhuma conclusão. Então, por favor... eu sei que desejas o mesmo a mim, uma boa vida boa a você. Fique bem e corra para sua garrafa de vinho antes que o tempo passe. Corra para teus sonhos e seja feliz!