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quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

A moça da papelaria estreita

Eu vi uma moça bonita de coração.
Daquelas que guarda algo de muito triste dentro de si e, que mesmo assim, faz de tudo para que você se sinta bem.
Não sei o seu nome e, somente, quando coloquei as mãos nos pães de queijo quentes (na volta pra casa) que me dei conta disso.
Ela é nova, deve ter suas duas décadas e trabalha em uma papelaria. Ela carrega consigo o esforço do seu emprego como algo vital. Mas eu não sei, apesar da simpatia, dos sorrisos e ao me dizer "você é engraçada", a garota me aparentava insatisfação.
Eu queria poder lhe dar um abraço ao término do atendimento, dizer que ela era uma pessoa muito especial e que merecia o mundo. Mesmo eu tendo a certeza que nem ela saiba disso! Eu queria ouvir a vida dela, ali mesmo na loja, a gente sentaria no chão e eu escutaria tudo! Tentaria ajudar em seu sofrimento. Mas não era o certo... talvez um outro dia, talvez no chão de praça.
Às vezes, você precisa sair de casa e sentir a dor do outro para perceber que sua vida é um sonho. E eu desejo isso a todos! Desejo que você passe a olhar as pessoas nos olhos, que você abandone esse cimento que há dentro de seu peito e sinta parte da dor do outro. Eu só quero que você respire o sofrimento que o outro exala e transpire a sua solidariedade em olhar, palavra, não sei, da melhor maneira que o convir! Eu desejo esse incômodo na consciência por não poder ter feito nada com a pessoa que te tratou tão bem. Eu quero isso para o mundo inteiro!

E, desculpe-me "moça da papelaria estreita" por não ter lhe dado a devida atenção.

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