Eu vi uma moça bonita de coração.
Daquelas que guarda algo de muito triste dentro de si e, que mesmo assim, faz de tudo para que você se sinta bem.
Não sei o seu nome e, somente, quando coloquei as mãos nos pães de queijo quentes (na volta pra casa) que me dei conta disso.
Ela é nova, deve ter suas duas décadas e trabalha em uma papelaria. Ela carrega consigo o esforço do seu emprego como algo vital. Mas eu não sei, apesar da simpatia, dos sorrisos e ao me dizer "você é engraçada", a garota me aparentava insatisfação.
Eu queria poder lhe dar um abraço ao término do atendimento, dizer que ela era uma pessoa muito especial e que merecia o mundo. Mesmo eu tendo a certeza que nem ela saiba disso! Eu queria ouvir a vida dela, ali mesmo na loja, a gente sentaria no chão e eu escutaria tudo! Tentaria ajudar em seu sofrimento. Mas não era o certo... talvez um outro dia, talvez no chão de praça.
Às vezes, você precisa sair de casa e sentir a dor do outro para perceber que sua vida é um sonho. E eu desejo isso a todos! Desejo que você passe a olhar as pessoas nos olhos, que você abandone esse cimento que há dentro de seu peito e sinta parte da dor do outro. Eu só quero que você respire o sofrimento que o outro exala e transpire a sua solidariedade em olhar, palavra, não sei, da melhor maneira que o convir! Eu desejo esse incômodo na consciência por não poder ter feito nada com a pessoa que te tratou tão bem. Eu quero isso para o mundo inteiro!
E, desculpe-me "moça da papelaria estreita" por não ter lhe dado a devida atenção.
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