
E se eu me pego de carnavaaal...
Eu viro Colombina sem Pierrot ao lado,
viro passista por metro quadrado e,
pego sorriso sem cura.
Pois aqui não brota amargura.
É de samba no pé
à festa sem hora.
E é lá pelas alturas,
que raia o dia.
Brota sol alegria!
Aquele de cor alaranjada.
É de Colombina à Passista,
que me esqueço que a vida é piada.
Do quanto a gente sofre e por quanto morre.
Mas é pra isso que serve carnaval,
pra espantar todo esse mal!
Nem que seja por noventa e seis horas.
Noventa seis horas que impulsionam oito mil, seiscentos e sessenta quatro outras horas.
Ai, desse povo brasileiro carnavalizar a alma!
Do peito virar tambor.
Os olhos, chuva que lava ruas.
E os dentes, as baianas que desfilam na avenida.
Das pernas virar carros alegóricos e,
da gente, contornar o mau humor!
E se eu me pego de carnavaaal...
Eu faço das crianças fantasiadas,
moradia de simplicidade.
Faço dos blocos,
exemplo de cumplicidade.
E faço da vida,
confetes de todo dia.
Só pra ver brotar na cara,
sol alegriado alaranjado!
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