Traduzido em:

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Olha, Chico... venha ver: Às 17h30min o degrau da cozinha vira salão!


Ser luz, "serhumano"
Ser humano, "serluz"!

"Nóis veio pra ilumiá". Já dizia Pai Tinhoco. Já dizia em horas de conversa à beira da porta da cozinha no final dia. Era luz de vela em castiçal de ferro. Já dizia Pai Tinhoco: "E se ocê não semeiá, não há de que coiê".
Era Tião, Maria e João... sentados no degrau da cozinha. Era verde em frente aos quatro que não cabe no coração e era um som de água de bica que lavava qualquer cidadão.
Era Tinhoco, Tião, Maria e João... curando o povo do mal do Jeca Tatu. Um tanto por noitada! Tudo, de norte a sul.
E lá pelas varadas da noite, quando a vela já inteirava a décima oitava, quando a dama da noite já exalava perfume, Tinhoco acendia seu cachimbo. Tragava uma, duas e resmungava.Fumaça! Uma, duas e bravejava: "É uma cousa ou outra: Ou nóis ama ou nóis amargura a 'arlma' e envenena o peito mais do que cobra cascáver criada." Fumaça!

Bronzearte

Se você está aqui nesse mundo e não consegue -ao menos- tocar alguém é porque esse mundo não lhe é merecido. Mas, se porventura, despertam algo em ti, é hora de expor essa cara cor "cinza mofada" no sol e refletir cor "dourada ensolarada" em forma de luz nesse mundo que acabou de lhe ser merecido.

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Verde e amarela

Eu sou verde e amarela!
Sou da terra do samba,
da mata e da água doce.
Sou do país da corda bamba!
Que ora está caindo pela tabela,
ora está indo de vento em popa.
Eu sou verde e amarela!
Não tenho cor pré definida.
Sou negra, índia, latina...
E, conforme a batida,
de Chico viro carioca
à Gil viro baiana!
De pés no chão,
viro nativa e de tristeza,
imploro pelo meu Sertão!
Eu sou verde e amarela!
Do verde derrubado,
Das almas trocadas
e do amarelo roubado.
Eu sou filha da desigualdade.
Das promessas nunca cumpridas
e da criminalidade!
Baseada entre a fé e a morte,
descendo da religiosidade.
Eu sou verde e amarela!
Do país tantas vezes campeão
em luta e deslizamentos.
Do paraíso da corrupção,
crime organizado e favelização.
E eu me pinto dessas cores
em respeito a tantos fortes,
em homenagem a tantos trabalhadores.
Mas eu sou verde e amarela!
Porque eu sou cheia de esperança,
Eu espero o melhor como muitos sonhadores.
E como a cada dia nascendo que não se cansa,
aguardo o meu verde retornar
e o resto do amarelo ser dividido e se multiplicar.
Muito prazer, eu sou verde e amarela!

Amar por completo

Uma xícara de café e eu vou te contar tudo...

Eu não tenho medo de amar!
Essa é a verdade.
O amor deixa a gente com sorriso estampado
e olhos de diamante.
Eu não tenho medo de amar!
Por enquanto, eu sigo assim...
Acho que é da mente.
Ela se sobressai ao coração
e, faz da gente,
figura viva de negação!
Eu não tenho medo de amar!
Jamais negaria o amor,
e, se por vezes disse "não",
é porque amor não vivi.
Acho que senti paixão.
Coisa instantânea e que acelera o peito.
Mas que daqui a dois tempos, fim!
Eu não tenho medo de amar!
É que esse sentimento (para mim),
vem de pouco a pouco.
Quando você percebe, foi!
Mas eu não sinto nada assim.
Ainda estou vivendo meus desejos e sonhos.
Nessa lista sigo a ordem tintim por tintim.
E, ai de você querer a vida me ensinar!
Até porque, eu amo esse meu momento.
Eu estou amando as coisas como estão.
Tanto amor que não dá pra contar!
E, quando esse tal amor que todos me desejam chegar...
Já terei um conjunto de amores colecionados.
Aí, sim! Eu vou te abraçar de não querer soltar.
Ficarei com o sorriso aberto estampado
e olhos de diamante ao ver na esquina você apontar.
Só que, por enquanto, deixe-me conjugar o verbo "amar" por completo.
Isso sim é amar!

A moça da papelaria estreita

Eu vi uma moça bonita de coração.
Daquelas que guarda algo de muito triste dentro de si e, que mesmo assim, faz de tudo para que você se sinta bem.
Não sei o seu nome e, somente, quando coloquei as mãos nos pães de queijo quentes (na volta pra casa) que me dei conta disso.
Ela é nova, deve ter suas duas décadas e trabalha em uma papelaria. Ela carrega consigo o esforço do seu emprego como algo vital. Mas eu não sei, apesar da simpatia, dos sorrisos e ao me dizer "você é engraçada", a garota me aparentava insatisfação.
Eu queria poder lhe dar um abraço ao término do atendimento, dizer que ela era uma pessoa muito especial e que merecia o mundo. Mesmo eu tendo a certeza que nem ela saiba disso! Eu queria ouvir a vida dela, ali mesmo na loja, a gente sentaria no chão e eu escutaria tudo! Tentaria ajudar em seu sofrimento. Mas não era o certo... talvez um outro dia, talvez no chão de praça.
Às vezes, você precisa sair de casa e sentir a dor do outro para perceber que sua vida é um sonho. E eu desejo isso a todos! Desejo que você passe a olhar as pessoas nos olhos, que você abandone esse cimento que há dentro de seu peito e sinta parte da dor do outro. Eu só quero que você respire o sofrimento que o outro exala e transpire a sua solidariedade em olhar, palavra, não sei, da melhor maneira que o convir! Eu desejo esse incômodo na consciência por não poder ter feito nada com a pessoa que te tratou tão bem. Eu quero isso para o mundo inteiro!

E, desculpe-me "moça da papelaria estreita" por não ter lhe dado a devida atenção.

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

A descoberta

A menina conheceu um mundo novo por acaso.
Ela tava retornando a sua casa e encontrou quem lhe convidasse para esse mundo.
A menina aceitou e foi!
Ela andou junto com o menino e os dois, após procurarem por um tempo, chegaram. Outro amigo chegou também!
E ela se encantou de matar curiosidade e si ver uma hora com olhos de brilhantes e boca em formato de Ó (maiúsculo e com acento agudo mesmo).
Em meio a tantas músicas, danças e surpresas!
Em meio a tanta gente, tantos pés puros ao chão e sons!
A garota se arrepiou de adormecer seu pé e encher os olhos d'água por ver tanta coisa bonita!
A garota foi chamada de forma carinhosa e se emocionou com as palavras ditas a ela. Chorou, sorriu, "chorriu"! Uma sinfonia de sentimentos que nem sabe explicar!
E, quando acabou, a menina queria contar ao planeta, mas não podia.
Ela se lembrou que nem todos gostam de um "mundo novo".
Lembrou-se que há muitos cegos de mente e coração.
Uma náusea lhe tomou o corpo por achar justo o mundo se abaixar para outros mundos.
Mas isso já não dependia dela.
Então, a menina agradece por ela ter se curvado. E, no fim da noite, viu seu dia como um dia incrivelmente mágico. Vai dormir ao som de belos cânticos na alma e ainda "magicada" pela sua descoberta.

domingo, 8 de janeiro de 2012

Em agradecimento

[Eu demorei dias por isso. Não fiquei pensando em nós e nem no que houve como tormento. Sim, eu me lembrei algumas vezes da gente! Talvez por olhar objetos, por me perguntarem de você ou por algumas discretas atualizações em suas redes sociais]

Acho que somente um fio nos liga. Um fio que se torna uma rede, ligando a diversas pessoas. As nossas pessoas! E sabe, eu não estou chateada. Acredito que as coisas tem o seu sentido e um porquê. Não é de hoje que somos assim e, confesso que antigamente, tudo me atingia de uma forma descontrolada. Hoje não! Hoje eu percebo que a gente tentou, eu tentei. Mesmo com tantas diferenças, houve um tempo bom. Um não, vários! Mas eles se foram em presença e permanecem em cada fase de minha vida.

Na nossa última discussão, pude notar que o tempo me fortaleceu e eu cresci. Eu me calei, eu deixei você dizer tudo e mesmo sendo as palavras mais inadequadas e difíceis que ouvi de tantas discussões, eu me calei e ouvi! Sinto que foram também as mais injustas, mas não cheguei a cogitar isso. Eu não chorei! Eu vi tudo, respirei e busquei o ar até o seu máximo. Eu não chorei!

Hoje, após semanas, eu continuo ilesa e vacinada. Não falo isso por você, mas por mim... que surpresa! Somos água e vinho, inevitável nos prendermos um ao outro. Sou de terra e você, água... é inevitável! Eu sou humanas e você, exatas. Sou de beijos e abraços e você, segue contido. É inevitável e compreensível.

Cerca de 15 anos eu fui atingida e eu te agradeço. Sou grata porque aprendi a dizer "não", aprendi a dar valor às pessoas que enxergam a minha alma e as minhas ações. Eu cresci vendo que nem tudo é a cor de alguém, nem sua condição social, muito menos que mentindo ou pisando em alguém -conquistando as coisas- eu me sentiria bem. Eu aprendi a ser honesta comigo mesma.

Por fim, eu só queria entender quando nos perdermos. E mesmo eu preferindo as lembranças ao invés do contato, eu gostaria de saber caso você soubesse. Há tempos eu me faço essa pergunta e não chego a nenhuma conclusão. Então, por favor... eu sei que desejas o mesmo a mim, uma boa vida boa a você. Fique bem e corra para sua garrafa de vinho antes que o tempo passe. Corra para teus sonhos e seja feliz!