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sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Em oração

Queria ser digna de tantos pedidos,
mas mesmo assim, com uma chama de fé, irei rogar.
São tantos corpos, tantos queridos...
muita mágica pra pouca crença.
Pois bem, há muito amor!
E olha, Senhor...
é um excelente motivo
para curar minha dor!
E, se vistes de tão perto aqueles olhos...
sentiria um nó pelas artérias cada vez mais se apertar.
Veria cada lágrima sendo segurada,
que se tornaria desespero por não poder ajudar.
Se sentisse a mão trêmula,
o corpo gelado...
Criaria religião, força, fé e soldado.
Reconstruiria até o mundo.
Mas eu... eu não!
Fiquei ali estática, um ser mudo.
Não sabia o que fazer,
que horas agir e ser!
Ser alguém pra confortar um outro alguém.
Porém, sou um alguém que sentia os mesmos nós do outro.
Então, eu me fingi de forte e, por sorte,
ficamos abraçados. Eu e o outro.
Amém!

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Um bom iniciado "dia bom"

Nada como um dia bem começado.
Acaba-se o jogo e se seu time termina empatado...
Vejamos pelo lado positivo,
pelo menos não perdeu.
É um bom motivo!

Mesmo irritada por tal "meia-derrota",
liga-se seu filme predileto.
Ele te faz um bem de cara feliz exposta.
Ele te abranda pelo início de madrugada.
É um bom calmante! (ela sente)

E, na metade do filme se lembra que acordará cedo
Mas não se importa e permanece a francesar.
De repente, um barulho faz tudo pausar.
Puxa-se a cortina levemente, deixando-se apenas uma fresta
É som de chuva, é cheiro de molhada terra e é festa!

Escancara-se mais a cortina, que antes, era tímida.
Abra-se a janela desavergonhada.
Respira, respira!
É chuva média... nem calma, muito menos exagerada!
Avista-se uma lagartixa acordada pregada no teto da varanda.

Ela não está sozinha!
Bem-vinda bicho de quatro patas e olhos estatalados.
Bem-vinda água que lava dias anteriores pela madrugada.
Parece que esta não quer ser incomodada e nem quer incomodar.
E ela, muito ousada, foi sondá-la!

Corre-se novamente para frente do computador,
derruba-se livros da cama!
Filme ainda pausado, grande curador.
É preciso relatar, antes de terminar Poulain...
Que seu dia começou bem!
E, dando um "play":
" Os tempos são difíceis para os sonhadores"

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Dia de ressaca

Certo dia, eu te joguei ao mar
e, foi como uma promessa feita,
como promessa à Iemanjá.
Eu te entreguei para tentar me libertar.

Foram dias, ciclos e meses.
E, como criança emburrada,
recusei-me, por diversas vezes,
dar-lhe por "situação acabada".

Caçava-te pelas areias da praia,
como quem procura conchas dedo a dedo.
E, quando pensava que as encontraria,
percebia que apenas tinha sonhado.

Só que por um ato desatento,
Esqueci-me das ondas,
dos seus batimentos, rebatimentos e, portanto,
caí-me no seu retorno santo.

E, quando você se vai...
parece que tudo se curou,
mas resta tanta falta.
Então, espero -certa- sua volta.

Daqui a um tempo,
você se esvairá.
E, eu continuarei sendo,
a que te buscará....




... à beira do mar!

sábado, 17 de setembro de 2011

Confesso...

... que subo escadas e alcanço quase que o céu para ver estrelas do telhado.
... que discuto comigo mesma ao me deitar e me vejo no teto, vendo-me.
... que fecho os olhos e os aperto tanto, a fim de, ver meu futuro no meio de tantos pensamentos.
... que sinto boas saudades doídas de tão boas que são.
... que adoro braços, porém não os reparo e sinto cada um em abraços.
... que me divirto analisando quantas vezes você já bateu o pé no chão e mordeu os lábios, ou então, coçou a cabeça e bateu lápis/caneta na mesa/caderno. Isso é quase um samba!
... que despedidas demoradas são como sonho bom, pois uma hora tem que acabar.Mas sempre ficam. Ficam!
... que não há expressão melhor que um bom palavrão para demonstrar sua felicidade ou indignação.
... que presumo tanto, sonho quanto e ambos ficam na mente ou não saem do papel. Às vezes, nem percorrem veias e nem chegam ao coração. Triste alma, que só fica com a marca de tudo.
... que corro muito. Uma disputa incessante com o tempo, que ao parar estranho-me e me cobro.
... que gosto de ser anunciada da chegada da chuva pelo cheiro de terra molhada que limpa meu corpo.
... que minhas vísceras dão diversos nós se não vejo meu bem querer bem.
... que sou apaixonada por sorrisos em olhares e olhares em sorrisos.
... que perco horas olhando formigas unidas e suas rodadas com um alimento maior do que suportam. E assim, seguem...
... que não há vinte minutos mais queridos quando o destino final é recompensado com laços, beijos, música, braços, bolos, amor e abraços. Caso contrário, seria estranho.

Confesso...
... que confessei!