Sinceramente, não sei ao certo porque escrevo. Por mais que eu saiba que as palavras não demonstre, minimamente, o que se tem guardado dentro de si, eu escrevo. Tem dias que penso que seja a única saída, outras vezes, não. Talvez seja a melhor das saídas. Quem sabe as duas opções? Só sei que a gente chora e torna rio o que a gente já nadou. Só sei que as palavras é o grau máximo de minha materialidade de sentimentos. Só sei que tem horas que a gente se pega nadando contra corrente. Apesar de nadar, tornar mar, ir contra corrente... o que a gente quer por perto é sentar na areia da praia. Tão perto do mar a ponto de ouvir a onda com os pés e vê-la de olhos fechados. Sentí-la. Na verdade, acredito que a gente sempre deseja sentir e, ao mesmo tempo, ser sentida. Talvez não, às vezes, é algo pra lá de intrínseco. Contudo, é como se a onda batesse em seus pés e levasse com ela todas suas marcas e, concomitantemente, deixasse grãos em você. Cristais de significação pura. É o inevitável...
E eu sempre pensei assim.
Sempre?
Aos poucos, você se torna demasiadamente ressaca. O (a)mar em ressaca. E dói. Agora sim compreendo o mar em ressaca. E você só compreende quando se embebeda da mesma fonte. O mar em ressaca é o mar com seus diversos turbilhões e, são tantos, pois nele, mais se acumula. É mais que entrega a Iemanjá.
E será que foi de tanta ressaca que (a)mar passou a ser mar? Ai, que o (a)mar se triturou pra mar e um dia há de ser apenas ar.Aaaarr. Ar.