Traduzido em:
sexta-feira, 3 de agosto de 2012
Avisto aquela rua sem ver. Avisto por mente exposta. Exposição projetada e ela não tem fim. Mora bem ali. Construiu-se em mim. De pensar que fosse minha, que nela dormiria; fazer-me-ia inteira e me tornaria nua. Desfalecer-ia-me pura até me envolver crua.
E de tão rua, caí-me em cólera. Talvez por um facho de luz. Um poste certo em meio ao asfalto, o qual meu corpo expus. Pois, por mais que eu tente ou me ausente, é o que me conduz. Um facho de luz lá do alto! Alimenta o jardim, invade meu peito e eu respiro profundamente aquele velho cheiro de alecrim. Este que sustenta todo esse leito de cor, vida e festim.
Aquela reta nua, pura, crua, que se desfaz em atriz de um jeito esperto. Ali... bem embaixo do meu nariz de um modo correto. E não importa o que condiz, nem o que o refrão diz. Escrevo todo esse metro, rabisco de giz...
Romper é fazer (p)arte. Mesmo de alegoria cansada, mesmo que seja tarde, de poste apagado, mas de alma lavada. Mesmo de futuro imaginado, mesmo de sonho emaranhado, mas em formato de aquarela pra pintar um pé atrás e um pé a fim. E chega de 'mas', que pra'quela rua amarela é: colorir o que já não parte de mim.
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